Alguns achados no Tratado de Harmonia, de 1911.
“A explicação correta deve ser a meta de toda investigação, ainda que quase sempre o que se obtenha seja uma explicação inexata; mas não por isso deve se considerar fracassado o empenho, pois devemos nos contentar com o prazer da busca, essa alegria que talvez seja o único positivo da pesquisa.”
“As expressões ‘consonância’ e ‘dissonância’, que fazem referência a uma antítese, são errôneas. Depende apenas da crescente capacidade do ouvido analisador para familiarizar-se com os harmônicos mais afastados, ampliando assim o conceito de ‘som suscetível de fazer arte’.”
“A matéria da música é o som.”
“O caminho da história, tal como se mostra nas dissonâncias mais usadas e correntes, não nos ajuda neste caso a valorar exatamente a situação real, como demonstram as escalas arbitrárias ou incompletas de muitos povos, que, no entanto, poderiam seguramente invocar uma relação com a natureza. Talvez até seus sons sejam mais naturais (ou seja: mais exatos, mais justos, melhores) que os nossos; pois o sistema temperado, que é só um expediente para dominar as dificuldades materiais, tem pouca semelhança com a natureza. Talvez seja mais vantajoso, mas não superior.”