Laurie Anderson no Rio de Janeiro

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Considerei um presente o fato do Encontro da ANPUR no Rio de Janeiro coincidir com as datas da exposição retrospectiva de Laurie Anderson que está acontecendo na cidade, “I in U / Eu em Tu”. Impressionantemente, é a primeira dela no Brasil.

Logo no hall de entrada, a artista faz os transeuntes se reunirem em torno de uma távola redonda para ouvirem uma música escondida no interior das coisas. As ondas sonoras nos ligam num só corpo; nossos ossos vibrando juntos. Também é uma linda imagem de se ver, porque nos põe em posição de reflexão, de viagem ao interior. Laurie Coração-de-Leoa.

Há pontos de escuta em um mural, há sussuros em travesseiros, há hologramas falantes.

Talvez o mais alentador é que, embora Anderson seja música e utilize de um jeito muito pessoal o som, o que está por trás do que ela realiza é o poético vivido no cotidiano – de sonecas em espaços públicos a conversas de consultório. Não hermética. Singela, sim. Muitas vezes, é como se estivesse se comunicando com crianças. Sua dicção do inglês e a dinâmica que empreende à sua fala são ternamente hipnotizantes. Somam sentido ao que diz. Além disso, sua maneira de subverter forma e função dos objetos musicais – especialmente o violino, seu instrumento – é um caro exercício de transcendência.

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